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[CONTO] A regra é clara

— Você se lembra da regra, certo? — Questionei, ligando a música naquele quarto escuro.
Catarina me encarava ansiosa e recém amarrada.

— Não tenho como te agarrar se você acabou de me prender — Ela falou de maneira
evidente, mas eu sabia que se não tivesse feito aquilo ela ia burlar as regras. E ela bem que não se recusou oferecendo os pulsos para que eu prendesse depois que propus um lap dance.

— Mesmo quando eu te soltar — Relembrei e ela assentiu, o que me motivou a ir em sua
direção. Quando cheguei até ela, apenas pairei por um momento sobre seu corpo.

De pernas abertas, desci devagar em seu colo. Ela me encarava com seus olhos verdes
permeados de desejo e isso só me incentivou a começar a rebolar bem devagar.

Concentrando minha energia nos quadris, mexi sobre ela para frente e para trás, sentindo
como suas mãos amarradas nas costas da cadeira deixavam-na impaciente. Catarina não
aguentaria minhas provocações e isso me divertia profundamente.

— Tudo bem? — Perguntei com uma risadinha, aproximando minha boca da sua orelha que mordisquei e levei ao meio dos lábios. Ela suspirou fundo.

— Melhor impossível — Falou, aspirando o perfume diretamente dos meus seios que
estavam a altura do seu nariz pequeno – que facilmente poderia crescer, tamanha a mentira
contada.

— Perfeito — Eu sussurrei, retornando a minha posição inicial. Com uma máscara cobrindo
meu rosto e aquela luz vermelha neon, eu me sentia totalmente desinibida.

Questões com o corpo, inseguranças, ansiedades… Tudo ficou fora daquele quarto hoje. Eu daria a mim e a minha mulher, o doce prazer daquela dança com uma única condição: ela não podia me tocar.

Eu, em contrapartida, abusava daquela liberdade de ação. No ritmo da música que nos
envolvia, usei meus dedos para desenhar a borda da calcinha acima da virilha, subi o
polegar pelo umbigo, pela linha da barriga e parei com ele nos meus seios.

— Quer? — Perguntei, mordendo o lábio inferior conforme arranhava uma parte, e depois a
outra, do decote. O traço da unha quase evidente demarcando o meu seio branco tomando
toda atenção da minha mulher.

— Não faço questão — Desdenhou, com seus olhos vidrados no meu traço, portanto,
aproximei o corpo de novo dela. Meus seios tocavam suas bochechas e ela
automaticamente abriu a boca para tentar tomá-los. Sorri ao afastá-los no último momento.

— Já que não faz… — Falei, passando minhas mãos até o pescoço e depois aos cabelos
aos quais joguei para trás, me exibindo mais. Catarina não piscava, acompanhando tudo.

Na letra da canção existia algo sobre dançar para alguém. Exibir-se, fazer delirar, era o
objetivo que eu mais ansiava alcançar enquanto atritava a renda da minha calcinha com
suas pernas cobertas pela calça social que não havia tirado.

Eu a desequilibrava e sentia isso. Toda vez que ia para frente, movendo os cabelos longos
e negros de lado, acompanhando suas suaves tentativas de sair do nó muito bem feito. Era
ainda pouco, queria que clamasse por mim.

Desta feita, me levantei de súbito, tomando um copo de uísque. Bebi o líquido quente, senti
a garganta ardendo e curei-a num beijo fogoso naquela mulher. Compartilhei o líquido entre
nós, embriagando nossas línguas para que estivéssemos entorpecidas de álcool e do nosso pleno desejo.

Movi meus lábios nos seus, minha língua na sua, até que o ar finalmente cobrasse o seu
lugar, nos obrigando a finalizar com mordidinhas que prenunciavam a intensidade que se
abateria sobre nós com aquele copo vazio, cujas pedrinhas de gelo encontravam-se no
fundo.

— Quente? — Questionei, e ela só assentiu dessa vez, quem sabe compreendendo que eu
estava no controle. Dei-lhe outro beijo molhado por isso, parando-o no seu melhor para que soubesse que, se fosse boa garota poderia ter até o fim de mim, mas não ainda tudo.

— Vamos deixar um pouco mais frio? — Ela pareceu um pouco confusa, mas só até me ver
pegar a pedrinha de gelo e colocar na minha mão que, em seguida, estava em seus lábios.
Desenhei o superior e depois o inferior, deixando geladinho.

Por fim coloquei a pedrinha em sua boca e deixei os dedos ali, para que ela chupasse, como queria fazer comigo. Seus olhos verdes safados não escondiam o quanto ela estava
sedenta.

— Quero chupar você assim — Me confessou com sua voz baixa, ainda com meu indicador e dedo do meio em sua boca. Suspirei fundo seguindo seu jogo, mas ainda ditando as regras.

Virei de costas em seu colo e deixei que abrisse meu sutiã com a boca. Ela sabia fazer
aquilo e eu achava tão sensual, quando Catarina deixou beijos gelados em minhas costas. Era uma mistura de arrepios quentes e o seu oposto se concentrando da metade da minha espinha até meus ombros.

— Vira de frente — Mandou, teimosa, passando seus dentes em minhas costas também. Ela colocava o gelo, me deixava instigada e começava a morder e deixar chupões. Mesmo
presa ela queria tomar as rédeas.

— Porque eu quero — Falei, sentando de novo como ela queria e pegando mais uma
pedrinha no copo que apoiei no chão. Passei-a para sua língua prontamente — Me chupa
como só você sabe — Mandei, puxando seus cabelos na direção dos meus seios.

Seu primeiro contato veio faminto. Catarina tomou meus seios com afinco, vontade e
conhecimento daquela pele que era também tão sua. Pegou o máximo que conseguia em
sua boca, sugando em seguida repetidas vezes até que eu começasse a puxar seus cachos em meus dedos. Estava trazendo aquela mulher até mim pois a queria com força.

Catarina não diminuía seu ritmo e, ainda, atacava em círculos, diminuindo o perímetro do
seu assalto. Primeiro, queria tudo e, em seguida, foi só chupando os mamilos. Primeiro
um e depois o outro, me brindando daquela delícia que era sentir o frio e o quente.

— Porra — Falei, puxando-a com mais força enquanto rebolava um pouco mais frenética em seu colo. Catarina fez questão de elevar mais sua perna esquerda e aumentar seu contato com meu clitóris, só para que eu começasse a me esfregar mais. Eu recebia sua chupada e, em sequência, desfrutava daquela fricção.

— Me solta que eu vou te comer como não fiz até hoje — Prometeu, puxando uma auréola
nos dentes de um jeito erótico. Ela sabia bem o limite entre a dor e aquele formigamento
gostoso.

— Você quer me fazer perder o controle — Falei, com ela subindo para o meu pescoço. As
mordidas e chupões ameaçando meu juízo.

— Eu não quero ele para mim. Podemos perder juntas — Acrescentou, e como eu já estava
perdida pela minha própria vontade, desci minhas mãos de seus cabelos até tocar as suas.

— Agora — Com sua boca chupando meu pescoço e mordendo até que eu gemesse, a
libertei daquele nó.

O primeiro lugar que sua mão encontrou foi dentro da minha calcinha. Ela não queria saber
de mais nada, só queria estar dentro. Abri bem as pernas, deixei que colocasse minha
calcinha de lado e, sem mais delongas, permiti que ela entrasse com dois dedos.

O som que saiu dos meus lábios veio tão inevitável quanto me enroscar em seu pescoço,
olhando bem em seus olhos fixos em mim. Ela queria que eu sentasse e eu faria isso.

Consciente de que tocava algo, mas não tendo ideia de qual era a música, eu comecei a descer em seus dois dedos. Ambos deslizam fácil até minha intimidade, entrando com calma até estarem completamente dentro.

Com isso, finalmente comecei aquele movimento tão esperado de subir e descer. O único
som que de fato conseguia definir era aquele. Seus dedos em contato comigo, sua boca
buscando meus seios, chupando com a vontade que prometeu.

— Cá… — Suspirei, estabelecendo um ritmo que nem de longe era lento. Se uma vez
naquela noite concentrei minha energia sobre os quadris, o fiz novamente e mais forte.
Queria ir rápido, fundo e da maneira mais selvagem que ela pudesse me dar.

Busquei aquilo como quem se desespera por alívio. Com raiva, com loucura, até que eu
começasse a sentir o orgasmo crescer em mim. Catarina estava atenta a isso também. Por
essa razão ela retirou os dedos de mim por um momento, mas só até me trazer para cama,
onde abriu minhas pernas e tirou minha calcinha.

— Quero que goze na minha boca — Mandou, e em ato seguido, ainda com suas roupas de trabalho, me virou na cama e, me colocando de quatro, começou a me chupar de uma forma quase dolorosa de tão prazerosa.

Me empurrei em direção a sua língua, ela tomou tudo com deleite e, desferindo tapas sobre
minha bunda, tirou de mim um grito rouco que convocou um gozo alucinante. Senti sua
língua provocando meu clitóris e foi assim que fui levada até o ponto máximo do nosso
encontro.

Minhas pernas tremeram, fui ao colchão e por uns minutos pude jurar que senti meu
coração acelerar e quase parar. Deitei já sem ar e a recebi pairando em cima de
mim.

— Tudo bem? — Me perguntou e eu assenti, beijando sua boca com meu gosto. Suguei a
língua sentindo o líquido ali e, ainda entregue, já tratei de derrubá-la na cama embaixo de
mim.

— Sim — Confirmei, abrindo sua camisa de botões branca e jogando longe de nós duas,
fazendo o mesmo com a calça.

Quando a vi só de roupa íntima me permiti admirar cada curva sua. Seu corpo voluptuoso,
farto e totalmente ao meu dispor naquela cama.

— Gostosa — Elogiei, puxando uma coxa para mim conforme tirava a calcinha. Catarina foi
se resolvendo com sutiã.

A masturbei olhando em seus olhos verdes, acompanhando suas reações e, às vezes, não
resistindo em beijar seus lábios. Catarina era atraente e, por acaso, ainda era a mulher que
escolhi amar.

Só por essa razão nem precisava ser uma data especial. Bastava querer fazer uma
surpresa e terminamos nossa noite assim. Eu dentro, seu corpo pedindo por mim e nossas
bocas absorvendo todo o desengano de estarmos fodendo com força até a satisfação
inteira.

Puxei seu lábio inferior na boca, estoquei de maneira mais acentuada e ainda usei o polegar para circular seu clitóris. Nesse movimento tão desinibido e despretensioso, arranquei dela o orgasmo em minutos.

Seu interior apertou meus dedos, sua boca me puxou com mais urgência e sendo abraçada pelas suas pernas e braços, a fiz conhecer a sensação que eu havia experimentado anteriormente.

— Agora vou querer que você dance sempre — Ela me disse, quando caiu com a respiração irregular na cama. Em ato seguido ainda tirou minha máscara.

— Se você seguir minhas regras, podemos fazer isso sempre — Falei, sabendo bem o que
ela me responderia.

— Você sabe que eu vou quebrá-las — Afirmou, e depois me deu um beijo molhado. Pouco
a pouco, suas mãos já iam descendo pelo meu corpo de novo. Aquele jogo de gato e rato
dava um tesão do caralho.

— E mal posso esperar o momento de elaborá-las, só para você fazer exatamente isso…

Conto erótico by Letícia Araújo (@Leteratura__)

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