Se uma coisa aprendi com o episódio que conto aqui hoje é que as experiências mais excitantes da vida começam a borbulhar no mais profundo tédio.
É bem naquele fim de semana que você olha para o teto e tem certeza que nada de interessante vai sacudir sua vida, mas então o celular vibra, você recebe uma mensagem e as coisas tomam novos contornos.
Isso aconteceu comigo naquela manhã de sábado quando dois amigos da minha faculdade enviaram-me uma mensagem falando que estavam também em Paris, lugar no qual moro há alguns anos.
Fiquei muito animada com aquela novidade, afinal, rever Pedro e Bruna era voltar a ter contato com um passado delicioso regado a sexo, bebidas e provas estressantes que me lembravam sobre o que era estar viva.
Assim, sequer hesitei quando falaram que deveríamos marcar um encontro à noite entre nós para relembrar os tempos da juventude. Marcamos, inclusive, num bar da minha preferência.
Quando desci do táxi devo confessar que estava nervosa. Pensar em rever aquele casal depois de tanto tempo me trazia nostalgia, porém, também era uma ansiedade produzida num lugar que não sabia descrever. Talvez a inquietude fosse o termo.
Aguardei que ela sumisse. Por um longo tempo. Até o momento em que a curiosidade se envolveu com um pouco de surpresa que se tornou difícil de engolir. Eram meus dois amigos entrando pela porta dupla lindos como sempre.
Bruna tinha trinta anos. Baixinha, cabelos negros e longos com cachos nas pontas, pele branca, olhos azuis e uma argola na ponta do nariz bem angulado. Seu braço coberto de tatuagens, uma borboleta e uma caveira mexicana, uma de cada lado que a deixavam absolutamente atrativa.
Pedro era mais jovem, tinha vinte e oito. Alto, pele morena, olhos negros e cabelos envolvidos num corte que o deixava parecendo um príncipe indígena. Seus braços eram fortes do trabalho na área civil que o deixavam ainda mais imponente.
Olhá-los era como ativar todos as partículas da minha bissexualidade pouco explorada naqueles tempos de inércia. E eu me limitaria a introspecção por um respeito que cabia a mim como amiga, não sabendo que eles tinham outras intenções em mente.
— Quanto tempo, Luiza! — A primeira a me cumprimentar foi Bruna que me recebeu em seus braços para sentir de perto o cheiro suave que ela exalava de folhas do campo.
— É um prazer te ver de novo — Pedro complementou vindo ao meu abraço depois que sua esposa me deixou. Ele tinha aroma de colônia masculina.
— Eu que estou feliz de ter vocês aqui — Adiantei pedindo que se sentassem junto comigo no balcão do lugar intimista que tocava Zaz e servia Vodca Grey Goose.
Tomamos bons shoots de bebida conversando sobre nossas vidas. Falei do trabalho, da loucura de ter vindo como babá e estar terminando um mestrado e de como cada um de nós acabou se realizando de uma forma distinta.
A deles permanecia entrelaçada e aquela conexão era vista de tão longe que eu tinha impressão de que um poderia adivinhar até o pensamento do outro se quisesse. Era uma energia deliciosa que tinham.
— Então você quer me dizer que mesmo de volta a faculdade não voltou a jogar nem um mísero beer pong? — Pedro perguntou virando mais um copinho de vodca. O moreno era duro na queda.
— Estou dizendo, os franceses não sabem aproveitar a vida como nós brasileiros, ainda mais os mestrandos — Pontuei batendo o meu recipiente com o de Bruna que detinha um rubor evidente em suas faces. Como ela era branca ficava muito corada.
— Pois não seja por isso! Como bom brasileiro me sinto no dever de te oferecer uma partida pelos seus novos estudos — O homem disse e eu somente ri. Talvez ele estivesse pior da bebida do que eu pensei.
— Não temos uma bolinha — Eu pontuei e Bruna somente riu como se soubesse de algo. Com dois segundos o marido dela retirou do seu bolso da camisa uma bola de pingue-pongue.
— Ou será que temos? — Ele disse piscando para mim e eu não pude mais do que aceitar aquele gracejo acompanhado de proposta.
Tanto que fui eu mesma que pedi uma mesa para que pudéssemos jogar mais à vontade. Assim, entre erros e acertos, risadas e álcool praticamente fechamos o bar naquele jogo que a cada bolinha nos lembrava um pouco de nós antes das responsabilidades.
Eu ao menos me sentia a Luísa de anos atrás. Tanto que sequer hesitei em convidá-los para minha casa para que pudéssemos jogar e beber mais até o outro dia.
— Eu aposto que você não acerta a bolinha no último copo da esquerda — Desafiou Pedro a própria esposa no primeiro lance em novo território. Àquela altura sua fala era muito mais descontraída que há três copos atrás.
— E se eu acertar o que ganho? — Bruna questionou virando um copo de vinho dessa vez. A ressaca seria terrível, mas aquela noite era divertida demais para pensarmos em depois.
— Um beijo — Ele disse puxando-a para si pela cintura para envolver as línguas. Não que não os tivesse visto naquela situação, ainda mais tendo passado a noite com eles, mas aquele contato produziu uma curiosidade incontrolável em mim.
Queria desviar os olhos, mas não pude nem na gênese daquele enleio. Bruna e Pedro encontravam-se com um desejo, um desespero e habilidade que me fez ansiar por um momento fazer parte daquela troca também.
Eles eram puro fogo e fosse produto de vodca com vinho ou não eu quis me queimar e não pude disfarçar. Não era uma vontade por ela ou ele, era realmente pelos dois ao mesmo tempo.
Quando cessaram o momento eu encontrei o olhar de Bruna assim que ela abriu. Os olhos azuis introspectivos, a observação, a surpresa bem expressa e transparente naquele céu.
Esperei que ela me olhasse com vergonha, que corasse de novo, mas tudo o que ela fez foi me encarar e dar um sorrisinho de quem parecia ter gostado de me ver ali parada olhando-os.
— Outro beijo — Corrigiu ela apertando os braços fortes do marido que se sentou do meu lado em seguida para ver ela jogar. Eu havia observado o movimento de suas mãos fortes enquanto a beijava.
A forma como apertou sua bunda trazendo a mulher para ele, como a encostou na sua ereção quase evidente na calça e quase a consumiu. Era quente.
Para efeito do que fosse e contrariando as expectativas do marido Bruna se posicionou de costas para nós dois e tentou acertar a bolinha que facilmente atingiu o alvo que o marido demandou.
— Isso — Ela comemorou e se sentou no meu outro lado vago — Agora você — Convidou dando-me a bolinha e acariciando a bolinha no ato. Prendi um pouco a respiração — Bolinha no copo de trás à direita — Falou ela empolgada com o acerto.
De pé eu mirei a bolinha quase desconcentrada com a maneira indiscreta que os dois se olhavam imaginando que aquele erro ou acerto não levava a uma conclusão tão simples como beber ou não beber.
Mas e se não valesse? E se eu fosse beijada? Eu queria, algo clamava em mim para que eu quisesse. E por que não? Eu não tinha medo. E não tendo mirei bem a bolinha e com ela resvalando no copo a deixei cair para fora.
Sentei-me em silêncio com a expectativa quase em baixa pelo não acontecido, mas fui acolhida pelo olhar cálido da morena que pacientemente colocou a mão sobre minha perna depois de um olhar cúmplice trocado com o marido.
— Eu não obtive o meu prêmio — Ela falou olhando para mim enquanto circulava a abertura do seu copo de vinho. Seu olhar era totalmente direcionado a mim e o silêncio vinha acompanhado de uma certeza quase absurda.
Ela queria me beijar e o marido ansiava por que ela o fizesse. Era tão óbvio, tão cru e eu parecia tão inclinada a fazer aquilo que não tive uma gota de hesitação em mim quando aquela mulher linda se aproximou de mim apertando a minha perna.
Fechei os olhos e molhei os lábios, aguardei o toque que veio macio e cheio de conhecimento. Bruna sabia beijar uma mulher e usou isso conforme sua língua explorava a ponta da minha em círculos.
Minhas mãos unidas encontraram dedos quentes da minha amiga que conduziram minhas mãos até ela para que eu tocasse seu corpo também.
Prendi a cintura movendo minha boca contra a dela sentindo ali uma vontade incontrolável de prolongar aquele momento inesperadamente gostoso. Mordi seu lábio, chupei a língua e no fim senti aquela mulher totalmente sensível a mim quando acariciei sua pele por baixo da blusa antes do último selinho.
Era uma loucura em definitivo, mas era boa num nível que transcendeu ainda mais quando abri os olhos e encontrei os olhos de Pedro vidrados em nós duas. Era satisfação e desejo que existia ali.
Não houve uma verbalização daquela atração que houve em nós quando me separei de Bruna, pois sequer era necessária. Ele sabia que o desejo também se estendia a ele como a esposa sabia.
Inclusive foi por essa razão que ela passou a um lado do colo do esposo chamando-me ao outro em seguida. Tudo era uma escolha minha e não havia nada que eu quisesse mais do que aquilo. Sem volta atrás.
Me coloquei em cima do colo daquele homem grande e gostoso não tomando cuidado em não resvalar no seu pau evidentemente marcando a calça jeans. Acariciei-o com a lateral da coxa até e com toda volúpia o beijei.
Senti sua barba por fazer arranhando em minha pele e me deixei arrepiar por completo. Pedro me deu um selinho, sentiu com a língua o contorno da língua e quando a abri desesperada me tomou num beijo devastador.
Tomou minha língua com a febre de um desesperado, tomou os espaços, fez de mim um depósito de toda lascívia que estava sentindo. Sua mão complementava aquilo que sua língua fazia.
Era um ato refletido, sua mão tomando minha pele, pairando em minha bunda e sua boca gemendo assim que raspei de novo naquele mastro excitado.
Paramos somente quando o ar faltou e me deparei com seus olhos resguardando uma selvageria que eu queria para mim. Dentro de mim. Por aquela noite.
Encarei sua mulher que olhava de mim para ele para em ato seguido convidar-nos a um atraente beijo à três. Era uma experiência nova, acentuadamente diferente, mas que gerava em mim uma profusão ainda maior de curiosidades.
Não se comparava em nada a um beijo comum. Era um pouco confuso em suas ações, eu achava, mas a mesma medida acontecia porque reunia algo muito maior. Era uma intensidade maior.
Mais língua, mais respirações, mais homem, mais mulher, mais gente. Pele, bocas, tudo tão rápido que quase não conseguia acompanhar. Terminei o beijo completamente extasiada e sentindo selinhos dele e dela em seguida que deixavam claro que eu era a rainha daquela noite se eu quisesse.
E eu aceitei. Aceitei permitindo que Bruna me beijasse outra vez enquanto Pedro atacava meu pescoço para passar seus lábios grossos por ali. Sentir duas bocas sobre meu corpo, as muitas sensações contribuíram ainda mais para que eu somente ficasse derretida nos braços deles.
— Onde fica seu quarto? Quero comer você lá — Escutei Pedro ao meu ouvido enquanto a mulher chupava meu lábio inferior envolvendo meu cabelo para que ele pudesse mordiscar minha orelha sem barreira alguma.
— Venham — Eu chamei e nós duas nos levantamos ainda num enrosco que logo teve o acréscimo do meu amigo.
O caminho para o quarto foi assim. Regado a beijos, mãos bobas e um encaixe bem feito que começava com Pedro me beijando e Bruna acariciando minha nuca e pernas.
Chegamos ao meu quarto e fui logo deitada sobre a cama por eles que começaram a se beijar também em minha frente. Ele apertando a bunda da esposa, ela suspirando até que fosse também deitada ao meu lado para que observássemos aquele pedaço de mau caminho se desnudar em nossa frente.
Primeiro Pedro tirou a camisa. Os braços fortes, a pele bronzeada e cada gominho e músculo evidente para nós duas. Lambi os lábios e Bruna fez o mesmo se decidindo a desnudar o esposo e querendo que eu ajudasse.
Fomos nós duas que descemos a calça para ver a cueca box branca com o pau quase rasgando o tecido. Grande, grosso e totalmente ereto para o nosso deleite. Ela me deu o doce prazer de libertar aquela delícia para ambas.
Tomamos o pau dele ao mesmo tempo. A minha língua correndo aos testículos, a dela para glande para enlouquecermos aquele homem. Não demorou para ele tomar meus cabelos e os da esposa, por essa razão.
Intercalávamos nossas funções. Passávamos cada uma a algo diferente e até arriscávamos tocar as línguas e quase nos beijando com o pau dele sobre nossas línguas, deixando-o cada vez mais duro entre nós.
Foi quando sentiu que poderia gozar se passássemos um minuto mais que ele nos separou só para ver nós duas nos beijando com o gosto do seu pré-gozo na língua.
Aquele algo a mais, aquele elixir na língua foi o que nos carregou até que estivéssemos nós duas ficando nuas também. Antes mesmo que eu tirasse a calcinha senti os dedos dele invadindo minha calcinha. Gemi na boca de Bruna quando ele fez isso me puxando para perto e colocando seu pau duro em contato com a minha bunda.
Pedro esfregava bem devagar e o jeito que Bruna complementava aquela ação descendo a boca para meus seios me deixava gemendo de uma forma descarada. Era demais com aqueles dedos grandes circulando meu clítoris e ela chegando ao meu peito.
Me vi deitada outra vez e quando aconteceu vieram os dois me chupar ao mesmo tempo. Um em cada seio e Pedro ainda com seus dedos em mim maltratando aquele campo cheio de nervos que eu tinha entre as pernas. Eu jurava que enlouqueceria a qualquer segundo.
Eles sugavam, mordiam e beijavam meus seios cada um de uma forma que me molhava diferente. Ele era calmo, se aproveitava, quase me matava. Ela parecia ter medo de que acabasse, me consumia e ficava no último estágio do prazer. Eram o fogo e a gasolina em cima de mim.
Tanto era assim que quando ele deu espaço e ela desceu eu não me demorei. Gozei com os dedos dele e na língua dela que se metia dentro da minha entrada encharcada por conta daqueles dois filhos da puta.
Ela deu meu gozo na boca do marido, que foi deitando-a logo na cama, me trazendo depois para cima daquela pele branquinha cuja boceta de poucos pelos tornava a masturbação próxima um parque de diversões.
Fui eu quem cheguei perto antes olhando para Pedro que me incentivou que começasse a explorar conforme pegava uma camisinha dentro da carteira. Havia duas ali.
— Vou te chupar bem gostoso enquanto ele me fode — Eu disse empinando minha bunda para ficar de quatro para ele. Bruna eu rapidamente tomei nos meus braços e comecei a sugar os peitos médios.
— Gostosa — Ouvi Bruna gemer conforme eu acariciava um seio e mamava o outro. Meu objetivo era claro, tão claro quanto o de Pedro que após estar prevenido foi pincelando seu pau em mim antes de entrar com seus dezenove centímetros.
Quando ele começou a me penetrar devagar eu desci meus beijos pela barriga de Bruna, atingindo-a com minha língua assim que fui penetrada por completo.
Entregava em sua boceta a mesma intensidade que eu recebia do marido, que estocava sem qualquer espaço para ser lento dessa vez. Pedro estava adorando estar dentro de mim e não escondia.
Eu tampouco esconderia que estava maravilhada com os pequenos lábios suaves daquela mulher sobre minha língua. Por isso investi em demonstrar beijando cada um, abrindo em seguida aquela bocetinha com meus dedos para só então dedicar uma longa chupada do meio até o clítoris, deixando-o molhado antes de iniciar a masturbação.
Esfreguei seu clítoris e lambi por dentro como ela fez comigo, mas queria ainda estar dentro dela com meus dedos. Foi assim que a fiz sentar sobre a cama para que olhando bem nos olhos do marido gozasse em dois dedos.
Entrei fácil e envolvida pelo recôndito quente que ela me presenteava fui também penetrando até que ela ficasse a ponto de bala.
Era já a situação do esposo que me preenchia toda, sendo igualmente aconchegado pelo meu calor e minha intimidade que eu ainda fazia se fechar e abrir sobre seu eixo, trazendo seu gozo para mim.
O ápice não demorou a se abater sobre nós cada um em seu turno. Bruna veio primeiro, totalmente molhada e agarrando meus cabelos enquanto todo seu prazer percorria o corpo e parava concentrado em sua pelvis. Pedro veio em seguida enchendo o preservativo com um delicioso gemido masculino que fez até minhas pernas tremerem.
Eu vim por último com o mútuo cuidado dos dois. Ele me masturbando com os dedos e ele beijando minhas costas até que eu tremesse com ele ainda dentro de mim, só saindo totalmente quando eu gozei pela segunda vez.
Caí na cama e Pedro veio ao meu lado, eu recebendo cada um deles em um lado distinto. Fitei o teto ainda respirando fundo e antes que eu tomasse meu ar por inteiro veio mais um daqueles beijos de três línguas.
Eu não tinha espaço para pensar e não sentia falta. Não me dei por ela em nenhum dos dias que Pedro e Bruna ficaram em Paris na verdade. Não quando passavam toda noite em minha casa para mais jogos e um sexo.
Posso contar mais sobre qualquer dia, mas hoje me limito a relembrar sobre o ócio que estive antes deles aparecerem e como nunca voltaria ao mesmo ainda depois que eles foram…