Você está visualizando atualmente [CONTO] E se alguém nos ver?

[CONTO] E se alguém nos ver?

Fim de semana de comemoração dos dez anos da formatura do ensino médio. Uma casa
de praia no interior do Rio de Janeiro. Eu e uma paquera antiga que não via há muito
tempo: esse é o contexto da aventura mais excitante que vivi nos últimos tempos.

Quando recebi aquele convite por uma rede social, eu quase recusei no ato. O que haveria
de tão interessante em reencontrar aquelas pessoas? Tinha um tempão que eu tinha saído
da cidade, feito carreira em outro lugar, separei e até divorciei, então num primeiro momento,
achei uma perda de tempo.

Mas só até o momento em que soube que um dos confirmados no evento era Felipe, o
garoto que era louca para dar uns beijos (e até algo mais) no terceiro ano. O mais popular
da escola, obviamente, não era mais um jovenzinho. Nos seus 27 anos era um homem
feito.

Cabelos loiros, olhos azuis e aquela barriguinha leve de cerveja, o cara barbudo que se
apresentava na internet era diferente do atleta notável, mas definitivamente era o perfil de
homem que me atraía hoje. Descontraído, olhar sedutor e apreciador de um bom vinho.

Cedi ao impulso de aceitar por aquela razão que não se firmava propriamente. Era um
homem que tive uma atração e isso não significava nada, tanto que no momento que
percebi que na casa tinha cinco quartos para quarenta pessoas, eu quase quis matar a mim
mesma.

— Mas tem colchão o suficiente! — Disse a organizadora. Eram dias para relembrar a
escola e porque não viver como adolescentes numa viagem, dormindo uns por cima dos
outros pelo chão como se não tivéssemos dores na coluna?

— Maldita hora que decidi aceitar vir! — Falei para mim mesma quando desci atrás de uma
água para descobrir que todas colocadas dentro da geladeira tinham sido consumidas.
Restou-me o natural e uma leve crise por ter uma garrafa gelada próxima há apenas uns
bons quilômetros.

— Ah, vai me dizer que você não fica eufórica em pensar que vai ter que dividir um banheiro
com pelo menos mais duas pessoas que pretendem beber para porra hoje de noite? —
Ouvi ao fundo aquela voz conhecida. Virei-me já pronta para dar uma boa revirada de olhos,
mas o maldito sorrisinho tão nostálgico me refreou.

— Felipe — Recebendo um abraço seu em seguida. O cheiro do homem invadiu minhas
narinas prontamente e me deixei levar por uns segundos até que nos separássemos.

— O tempo te fez muito bem, tá linda! — Ele elogiou me olhando devagar, quase
apreciando. Fiquei envergonhada no momento e sequer tive como devolver suas palavras
muito embora realmente quisesse.

Ao longo do dia eu averiguei seu histórico com as amigas da época. Felipe estava solteiro.
Tinha separado da namorada há uns meses, aparentemente por traição, e agora estava
numa de curtir como se não tivesse depois.

Coincidência ou não, como eu também havia acabado de terminar um relacionamento,
a minha meta era viver toda experiência que pudesse sem me julgar ou rotular muito.

Tanto estava aberta a tudo que na festa do sábado, nosso primeiro dia, bebi tudo o que
podia, sem ficar tonta e pulei na piscina. Beijei uma garota, cantei desafinada num microfone
e dancei todas as músicas dos Los Hermanos que ninguém nem sabia que eram dançáveis.

Quando a noite acabou eu era um salto estragado, um rímel meio borrado e sorrisos
alegres. Não estava sóbria, mas longe de estar sem juízo, eu encontrei aquele moço de novo.

Estava apressada para entrar no banheiro para colocar um cílio no lugar, pois havia passado
num espelho e vira tudo revirado precisando urgente ser consertado. Sequer me atentei
se a cabine estava ocupada ou não.

Virei a maçaneta e simplesmente adentrei o recinto só para achar Felipe ali prestes a entrar
no banho. Estava com a mão no registro que liberava a água e completamente nu. Pensei
em sair automaticamente, mas algo me parou antes da desculpa.

Meu olhar desceu pela barba espessa, pelo abdômen de pelos loiros enroladinhos e
finalmente ao monumento entre as pernas. Médio, mas bem grosso e cheio de veias. Além
disso, tinha uma glande saliente e muito atrativa.

— Desculpa — Falei trancando a porta e ficando ainda cinco minutos do lado de fora
respirando fundo. Se eu sentasse naquele homem, ninguém me tirava de cima.

Passado aquele momento de flagra eu mal pude me concentrar em mais nada, tendo ido
dormir também pouco depois, afinal, após a meia noite alguns como Felipe já estavam
fazendo suas respectivas higienes para irem dormir.

Dormir, aliás, era uma palavra bem forte. Com as condições de estarmos um por cima dos
outros, praticamente, eu muito duvidava que alguém poderia realmente descansar. Quem
estava muito bêbado somente apagava esperando acordar no outro dia.

Eu, nem tão bêbada nem tão sóbria, previ desde já uma noite muito longa no meu colchão.
Assim, prestes a iniciar uma série de praguejos cujo campo léxico estaria no entorno de
palavras como loucura e imbecilidade, apenas interrompi meus pensamentos quando
encontrei um outro acordado naquele mar de dorminhocos: Felipe.

— Tem alguém aí? — Ele perguntou apontando o lado do meu colchão. Percebi que pelo
seu estava dividindo com um de nossos colegas que dormiu do jeito que estava. Ninguém
merecia aquilo.

— Pode vir — Chamei baixinho fazendo um sinal com a mão. Em minutos ele estava
sentado no meu colchão de solteiro. Mal consegui olhá-lo muito de perto sem lembrar que o
havia visto sem roupa.

— Obrigada — Ele disse, se deitando de cabeça para baixo no colchão. Era essa sua
grande ideia?

— Não vou cheirar seu pé — Falei soltando uma risada e iniciando uma pequena discussão
que terminou com nós dois considerando que a melhor ideia era dormir cada um para um
lado.

Em metade da noite, no entanto, ainda sem cair no sono, percebi o mesmo igualmente
desperto no escuro. No calção fino que vislumbrei por cima do ombro com o lençol caindo
por depois da cintura, olhei de novo aquele pau perfeitamente comportado.

— Você não é muito de disfarçar, né? — Ele falou com uma risadinha rouca quase
sussurrada. Fiquei vermelha outra vez em sua presença. Quase levantando para correr. Ele
segurou minha mão — Não tô reclamando — Completou, quando nossos olhos se
encontraram no escuro.

— Eu… Eu… — Tentei formular algo e engoli em seco. Felipe acariciou meus dedos, sua
unha correndo meus tendões.

— Tá tudo bem! Quer ver de mais perto? — Convidou ele, lambendo os lábios quando
percebeu um leve tremor do meu corpo. A expectativa e um certo receio lutando dentro de
mim entre aceitar ou não.

Vencendo a bebida ou ainda a coragem que ela fazia emergir em mim, eu nada disse,
apenas assenti vendo ele baixar o calção para mim como se fôssemos dois adolescentes
brincando de mostrar cada um a intimidade ao outro.

Com a cueca sendo também abaixada, Felipe mostrou-me aquele instrumento que pouco a
pouco ia endurecendo sob o meu olhar curioso. Meu primeiro ímpeto foi tocar e até fiz o
movimento, parando antes, entretanto.

— Toca — Incentivou, entrelaçando o dedo nos meus e trazendo pacientemente até o seu
pau. Olhei para os lados antes de realizar meu desejo. Todos dormiam placidamente, então
rapidamente coloquei minha mão sobre ele.

Nos meus dedos o seu pênis reagiu ainda mais. No momento que o envolvi num punho
fechado e deslizei nele no princípio de uma masturbação, ele ficou completamente duro,
mostrando-se perfeito para entrar em mim se eu quisesse.

Tinha um tempo que eu não sabia o que era sexo. Cerca de um ano e quase não lembrava
o quanto eu precisava daquilo. Sendo toda necessidade um golpe inesperado que me
atingiu no momento em que meus dedos começaram a trabalhar sobre aquele mastro.

Movendo-o de cima para baixo e acompanhando as reações de Felipe, eu me deliciava ao
proporcionar prazer aquele homem altamente atraente e interessado, que movia os quadris
em minha direção enquanto me elogiava baixinho em todo processo a caminho de um gozo
que ele mesmo interrompeu.

— Vem cá — Falou com a voz alterada de tesão, me puxando pela cintura para que eu
descesse até estar com o corpo na altura do seu, debaixo do lençol — Deixa eu te
masturbar também? — Pediu.

— E se alguém nos ver? — Cogitei muito perto de ceder.

— Eu faço de um jeito que ninguém vai — E no meu sim, desceu a mão entre nós para
encontrar meu pijama. Começou por cima do short mesmo.

Com seus dedos largos ele foi circulando o clitóris olhando bem nos meus olhos. O mar
azul chamando-me a estar bem envolvida naquele contato das peles. Seu peito errático e
livre tocando minha blusa sem sutiã, minhas pernas em sua cintura e meus quadris
rebolando na direção dos seus dedos ágeis.

— Que boceta gostosa você tem, Catarina! Por isso não tive dúvidas de que tinha que
chegar em você assim que confirmei que viria — Confessou ele, e quando estava pronta
para rebater aquela nova informação, senti seus lábios cobrindo os meus num beijo quente.

Sua língua com aquele gosto refrescante do creme dental chegou a minha já urgente
pretendendo revirar todo meu sistema com um único toque. Felipe envolveu-me sem
precedentes e sem pedir qualquer concessão com sua boca, embora fizesse isso com suas
palavras.

Era um cavalheiro em perguntar o que queria, mas um devasso em pressupor e acertar o
que meu corpo precisava. Seu beijo passou da boca ao pescoço devagar e quando dei por
mim, ele já estava com a boca na minha orelha e a mão livre na minha bunda me puxando
para ele.

Felipe mordia, lambia e distribuía chupões enquanto me apertava lentamente. Era um
cuidado quase delicado em não fazer barulho, mas ao mesmo tempo me dar um prazer
bem completo. Tanto que Felipe não parou até que eu gozasse mordendo seu ombro nu.

— Porra — Xinguei baixinho, cravando meus dedos nos cabelos loiros e puxando aquele
homem gostoso para um beijo enquanto curtia a sensação do ápice se espalhar pelo meu
corpo todo e se concentrar em meus quadris.

— Gostosa — Ele falou, colocando o dedo por dentro do meu short para descê-lo até que
saísse pelas minhas pernas. Fui eu quem tirei sua roupa de baixo para que estivesse todo
pronto para mim também. Era para ele me comer de lado.

Felipe tirou uma camisinha do bolso do calção revelando parte da intenção dos seus atos e
eu confirmei minha conveniência encapando seu pau e chupando-o um pouco sob o
plástico para que entrasse em mim.

O meu colega entrou bem lentamente, respeitando cada espaço meu que foi se abrindo em
torno do seu eixo que invadiu-me até o último centímetro, chegando a me tocar até o fim
para o segurar de minha respiração. Apenas suspirei quando Felipe começou a mover
quase que imperceptivelmente.

Era seu lado preocupado de alguém no quarto perceber. Ele metia em um ritmo de quem
quase parava, beijava minha boca e continuava me masturbando dessa vez com mais
carinho com minha recente sensibilidade.

Cada vez que ele entrava em mim era um deleite. Era a confirmação de uma feminilidade
adormecida, mas ao mesmo tempo o reencontro com minha versão mais juvenil, mais
adolescente. Era como me descobrir de novo depois de um tempo.

Era libidinoso, proibido e quase imoral, e talvez por isso mais eu me lambuzava de seus
beijos e de seu pau me fodendo até o limite dele. Veio depois de um gostoso tempo dele
metendo em mim, minha perna sobre sua cintura, com um grito abafado na minha boca que
ele beijou até que dormíssemos naquela noite, finalmente.

— Nada mais escola do que foder numa casa de gente hein, galera? — Uma de nossas
amigas disse no outro dia de manhã quando encontrou a camisinha descartada dentro do
lixeiro.

E claro que num bom disfarce eu e Felipe nos encarregamos de zoar ao máximo de
pessoas antes que descobrissem nossa peripécia adolescente que repetimos de novo no
domingo.

Depois daquele fim de semana, não voltei a vê-lo e nem precisava. Aquele fim de semana
na praia tinha sido perfeito no tempo em que durou e proporcionou uma experiência
perigosa que não poderei nunca esquecer…

Conto erótico by Letícia Araújo (@Leteratura__)

Deixe um comentário